(Por Daniel Souza, São Paulo/SP) – Quando a imprensa divulgou que no primeiro final de semana da Bienal do Livro em São Paulo, 700 mil pessoas eram esperadas, entendi a magnitude. Eu estava lá no sábado, vi muita gente entrando e saindo, se acotovelando nos estandes cheios de livros e ávidos vendedores. Deu uma enorme satisfação ver crianças sentadas pelo chão com pais e familiares, folheando gostosamente suas novas aquisições. Tem livros para todos os gostos e bolsos, dos vintage, passando por mangás, históricos, religiosos, artísticos e exotéricos. Muitos cebos recebem, de braços abertos, curiosos querendo remexer pilhas de liquidações e saldões. Um bom livro não deixa de ser bom por se de segunda mão, basta ter a paciência para garimpar.

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É possível dar de cara com escritores autografando livros, não importando se a editora é grande ou pequena. O sorriso do autor, de caneta na mão, por estar sendo prestigiado por um novo leitor ou por mais uma aquisição de um fã assíduo é o mesmo. A jornada entre corredores era enorme, por isso me detive apenas diante de Maurício de Sousa. Mas a fila para abraça-lo era imensa. Maurício comemora seus 80 anos em alto estilo, em uma ilha com uma “Mônica” de mais de 3 metros e muitos jogos,  livros e brincadeiras. Guardei uma foto distante do meu ídolo e fui adiante. Aliás, se você pretende pegar autógrafos dos seus escritores preferidos, a organização da Bienal criou uma forma mais organizada: só é possível chegar perto dos autores com senhas distribuídas previamente, durante a feira.

A Bienal é uma lufada de bons ventos para as editoras, que passam por momentos difíceis. Desta forma, novos modelos de negócios surgem em função de crises – por exemplo, você não precisa mais de uma editora (ao menos tais como as conhecemos) para dar vida a um livro. No site da “editora” Perse, é possível publicar um livro em formato ebook ou impresso sem pagar pelos custos de produção. O autor entra no sistema, se cadastra, formata o livro e diz quanto quer ganhar por unidade. A empresa acrescenta os custos de produção e disponibiliza o livro para venda. O autor recebe os royalties toda a vez que o livro for vendido via site. O versão impressa leva 10 dias para chegar na casa de quem comprou.

Meu filho jamais imaginaria um universo tão imenso e compartilhado, dentro de um espaço tão grande como o Parque de Exposições do Anhembi. “Pai, quanta gente gosta de ler!”. Uma descoberta e tanto, uma vez que ainda somos um povo que lê pouco. Não prive seus filhos dessa experiência, se possível leve-os pra curtir esse mundo tão imenso e ao mesmo tempo tão raro na vida de nossas crianças.

Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016:

Quando: de 26 de agosto a 4 de setembro/ Onde: Pavilhão de Exposições Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1209, Santana)/ Ingressos: R$ 20 (visitas de segunda a quinta-feira) e R$ 25 (visitas de sexta-feira a domingo)/ Onde comprar: direto na bilheteria do Anhembi – Menores de 12 anos e maiores de 60 anos não pagam ingresso

Pacotes promocionais de ingressos

Pacote galerinha: dez ingressos meia-entrada dão 10% de desconto/ Pacote galera: cinco ingressos inteiros dão 20% de desconto/ Pacote família: três ingressos inteiros dão 10% de desconto.

Transporte gratuito

Para os visitantes que forem de metrô, haverá ônibus gratuitos fazendo o trajeto de ida entre a estação Portuguesa-Tietê e o Anhembi durante todos os dias da semana. Aos finais de semana, também haverá ônibus fazendo o trajeto entre o Anhembi e a estação Barra Funda.

(foto Maurício de Sousa – Jornal G1 – Divulgação/Laison dos Santos)

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