Fabricado pela Biomm, a novidade será a alternativa às tradicionais injeções para o diabético.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em junho o medicamento Afrezza, primeira insulina inalável a ser lançada no Brasil. Até então, quem precisava fazer uso diário de insulina, fazia uso de injeções subcutâneas auto aplicadas diariamente. A nova insulina tem sua apresentação em pó, por meio de cartuchos com três tipos de dosagem. A aplicação se dá por meio de um inalador – nele, é encaixado um cartucho para que o pó seja aspirado. A substância é levada ao pulmão e absorvida pela corrente sanguínea, para reduzir os níveis de glicemia.
Segundo declaração do Dr. Freddy Eliaschewitz, assessor científico da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) ao site da Sociedade, a insulina inalável tem um perfil de ação único e muito mais rápido do que a insulina administrada de forma subcutânea. “Mesmo a mais rápida das insulinas começará a agir, até ser absorvida pela pele, dentro de meia hora ou quarenta minutos, e seu efeito terá duração de 4 ou 5 horas. A insulina inalável é absorvida rapidamente pela corrente sanguínea e começa a agir em 10 minutos, com pico de ação em 15 minutos, e um efeito que dura de 2 a 3 horas”, comenta.
O efeito é o mais semelhante ao do pâncreas de um ser humano sem diabetes, porém, o desenvolvimento desse tipo de insulina é desafiador e custoso. “Até então, os inaladores que conhecíamos só eram capazes de levar partículas até os brônquios, mas, no caso da insulina, ela precisaria chegar ao alvéolo. Também é necessário que a partícula tenha exatamente entre 1 e 3 mg. Se ela for mais pesada que isso, pode ser depositada na boca. Se for mais leve, pode ser eliminada na expiração. Dessa forma, ela nunca ficaria depositada onde deveria para ter o efeito correto no organismo”, explica.
Fabricado pela americana Biomm (cuja fábrica, no Brasil, está instalada no município de Nova Lima/MG), Afrezza está disponível nos EUA desde 2015, quando foi aprovado pelo FDA. A expectativa é que, uma vez realizado o registro de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o medicamento esteja disponível nas principais farmácias em 2020.
Em 2007 houve uma primeira tentativa da Pfizer de implementar, em nível mundial, a insulina inalável (Exubera, licenciado pela empresa Nektar), porém sem muita aceitação do público, o que obrigou à empresa americana a suspender a venda do produto.
O diabetes mellitus é uma disfunção do pâncreas que causa uma deficiência na produção de insulina, hormônio que regula a entrada de glicose nas células. Sem a quantidade necessária de insulina, a glicose fica acumulada no sangue, gerando um quadro de hiperglicemia que pode ser regulado a partir de uma dose do hormônio aplicada de forma artificial. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (2017), pelo menos 12,5 milhões de brasileiros sofrem com o diabetes — na população mundial, a incidência é de 425 milhões.
fonte: site Biomm, portal VIX e Portoal Gaúcha ZH Saúde