by Daniel Souza
Coletar sangue é folcloricamente tido como um procedimento “quase” indolor. “É só uma picadinha de mosquito” ou “quando você pensar na dor, já passou”. São explicações que não convencem os apavorados ou com baixa tolerância à dores e agulhas. Ouvi isso à vida inteira e me incluo nesse grupo – jamais acreditei nessas afirmações e, toda a vez que preciso ser espetado, o suor frio e a sensação de parar de respirar é o que precede a dor da tal picada.
Com o avanço acelerado das mais impressionantes tecnologias em medicina, sempre me perguntei porque extrair sangue (e o uso de agulhas, em geral) vinha sendo, há décadas, um procedimento tão medieval. Só nos EUA, são mais de 400 milhões de coletas com agulhas por ano. Pois um dispositivo desenvolvido por um grupo de inventores e apresentado no último Consumer Technology Association 2017 Digital Health Summit promete mudar essa realidade. É o TAP, sigla em inglês para Touch Activated Phlebotomy (Flebotomia Ativada pelo Toque).
O dispositivo, do tamanho de uma bola de golfe, extrai sangue de forma praticamente indolor, por meio de 30 micro agulhas que penetram camadas superficiais do epitélio. Em aproximadamente dois minutos de procedimento, são extraídos 100 microgramas de sangue. Segundo Mike Feibus, jornalista de saúde dos jornais US Today e Fortune (e que se submeteu ao procedimento), a micro punção realmente não dói. É como se o TAP fosse um “sanguessuga” eletrônico. Veja como funciona o TAP:
O produto está em fase final de aprovação no FDA. Um dos estudos fornecidos comparou os níveis de dor com três tipos de métodos de coleta de sangue. Os dados mostraram que a pontuação de dor Wong-Baker para punção do dedo e punção venosa foi de 5, mas para o TAP foi de 2, indicando que ele é muito menos doloroso.
Tão logo seja aprovado pelo FDA, o fabricante entrará com estudos onde o paciente poderá colher seu próprio sangue, facilitando ainda mais o processo.
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