Dr Kaiser Junior

Alta tecnologia com mais conforto para o paciente

 Cápsula com microcâmera evita desconforto da endoscopia
Para quem não é muito fã da ideia de se submeter a uma endoscopia pelos métodos convencionais, agora já é possível realizar o mesmo exame engolindo apenas uma cápsula. Isso mesmo, uma pequena cápsula que carrega em seu interior uma microcâmera faz todo o serviço que, até então, era feito por meio de cânulas – que além de exigirem anestésico, também geram desconforto enorme, seja qual for o trajeto que elas vão percorrer, na traqueia ou no reto. O equipamento que faz uso da cápsula endoscópica – como é chamada – acaba de ser adquirida pelo Cirurgião Geral Roberto Luiz Kaiser Júnior, de Rio Preto, e com ela poderá realizar exames a exemplo dos que já são oferecidos em São Paulo e em outros centros médicos do País.
O médico explica que a técnica substitui exames tradicionais, com a vantagem de ser mais eficiente. É considerada pelos especialistas como a melhor forma de examinar o intestino delgado, local de difícil acesso, por ficar no meio do aparelho digestivo e ter o comprimento de 5 a 7 metros. A técnica representa uma revolução por auxiliar na identificação e análise de possíveis lesões em fase inicial. “A cápsula endoscópica, guiada à distância, envia imagens para o computador com alta nitidez, e a sensação é que o próprio médico está vendo o caminho dessa viagem”, afirma Kaiser Jr. Ao concluir o trajeto todo, a mesma é eliminada pelas fezes.
Diferentes diagnósticos
O cirurgião rio-pretense observa que além do procedimento ter eficiente aplicação na investigação de sangramento digestivo oculto também está indicado para auxiliar a achar anemia de difícil diagnóstico, tumores, diarreias crônicas e rastreamento, e prevenção de câncer de cólon e pólipos. Pode identificar também a doença de Crohn, uma das principais enfermidades inflamatórias intestinais, e a doença celíaca, que revela pessoas intolerantes aos alimentos com glúten.”Sempre buscamos o que há de mais inovador, ferramentas que aumentem o grau de precisão dos exames e diminua o desconforto do paciente. Com a cápsula endoscópica, o paciente não precisa passar por cirurgia e os resultados alcançados são mais claros”, diz o médico.
Estudo espanhol atesta eficácia
Em recente estudo publicado pela Revista Española de Enfermedades Digestivas (REED), pesquisadores da Universidade de Coimbra, que acompanharam 620 pessoas durante sete anos, concluíram que o uso das cápsulas é sem dúvida o melhor meio para realizar a avaliação do intestino delgado.
Na verdade, a cápsula endoscópica vem sendo avaliada desde que foi apresentada, em 2000, e hoje os especialistas garantem que ela revolucionou a abordagem sobre patologias do intestino delgado. O estudo mostrou que a cápsula é atualmente uma ferramenta de primeira linha de diagnóstico de sangramento gastrointestinal obscuro para diagnosticar desde doença de Crohn a tumores do intestino delgado e outras anormalidades deste intestino. O estudo mostrou ainda que o procedimento com a cápsula é considerado pelos especialistas como seguro e bem tolerado. Porém, alertam para o fato de ser contraindicado se existir alguma suspeita gastrointestinal de obstrução, tais como estenose da fístula – um orifício – ou doença de Crohn extensa, transtornos de engolir, anormalidades do trato gastrointestinal superior (divertículos do esôfago, incluindo Zenker, hérnia de hiato grande) e gestação. Fora isso, o único impedimento pode ser financeiro, já que para se submeter a técnica é preciso pagar em média R$ 3 mil, uma vez que ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde, ou liberada pelos convênios.
Câncer de intestino
O especialista em doenças do intestino, o cirurgião geral João Gomes Netinho,de Rio Preto, observa que diferente de outros tipos de câncer, o de intestino ou cólon- como também é chamado- tem importante fator genético envolvido. Portanto, quanto antes for diagnosticado, mais chances de intervenção precoce. “Indivíduos com histórico de câncer ou pólipos intestinais na família devem começar os exames de prevenção mais cedo”, diz o médico, que é também professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto.
Outro grupo de risco são os indivíduos portadores de inflamações no intestino, como a colite ulcerativa ou a doença de Crohn. Nesses casos, é comum que as áreas afetadas do cólon apresentem células desenvolvimento anormal, podendo evoluir para células cancerosas, e é nestes casos que o uso da pílula endoscópica ainda não tem indicação, segundo o estudo europeu.
fonte: matéria na integra blog diárioweb mobile (Cecília Dionízio)

Equipe ACS

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