Um estudo publicado em 18 de janeiro de 2018, na revista acadêmica JAMA Oncology associou alimentos como carnes, grãos refinados e bebidas calóricas, definidos como causadores de inflamação, a um mais acentuado risco de câncer colorretal em indivíduos de ambos os sexos, masculino e feminino.

121.050 profissionais de saúde foram acompanhados por 26 anos em estudos de longa duração e completaram questionários sobre o que comeram. A análise das informações foi realizada em 2017.

“Houve um grande interesse no papel da dieta no processo da inflamação, e de fato, um grande número de dietas anti-inflamatórias começaram a ser promovidas. Esse é um estudo observacional, não-intervencional, então ele possui algumas limitações, mas trouxe um um pouco de luz à questão”, comenta a Dra. Marjorie McCullough, dietista e diretora estratégica de Epidemiologia Nutricional da Sociedade Americana de Câncer (ACS).

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“Existem muitas maneiras nas quais a dieta pode influenciar o risco de câncer colorretal, inclusive atenuar ou acentuar a inflamação, o que foi o foco dessa pesquisa. A inflamação crônica pode causar danos no DNA e levar a um crescimento desregulado de células. Outras maneiras nas quais a dieta pode influenciar o risco de câncer colorretal é através dos seus efeitos antioxidantes (protegendo contra danos genéticos), influenciando o ciclo das células, e no consumo direto de alimentos cancerígenos.”

O câncer colorretal é um tipo comum da doença, apontado por pesquisas recentes como o terceiro tipo de câncer mais diagnosticado nos Estados Unidos. Como se acredita que a inflamação tem um papel em seu desenvolvimento, o estudo defende, como estratégia para a redução do risco da doença, uma diminuição do papel adverso de uma dieta pró-inflamatória.

“Enquanto é tentador focar em alimentos específicos, a maneira na qual a dieta em geral contribui para esse efeito inflamatório é mais importante do que focar em alimentos individuais, pois os alimentos podem agir juntos na influência do risco da doença.”

“É possível que o impacto da dieta é ainda maior do que o que foi mesurado no presente estudo, que capturou apenas alguns dos alimentos que são possivelmente influenciadores da inflamação. Por exemplo, alguns temperos e métodos de preparação de alimentos que não foram incluídos podem ter fortes efeitos.”

McCullough apontou como ponto positivo desse estudo o fato de que ele teve base na

Marji+McCullough+Headshot+Recropped

Dra. Marjorie McCullough

dieta de maneira holística, não apenas em alimentos isolados.

“É interessante considerar que o que você come deve ser tão importante quanto o que você evita comer. Em outras palavras, muitos alimentos e bebidas são meras substituições, um pelo outro […] Outro importante aspecto do estudo é que ele é focado em alimentos, não mencionando suplementos nutricionais.”

Marjorie também comentou sobre a determinação da Agência Internacional pela Pesquisa em Câncer (IARC) de que a carne processada é cancerígena, e a carne vermelha provavelmente também, e de que, dessa maneira, o consumo de menores porções de ambas iria reduzir o risco de câncer colorretal. “Alimentos integrais e laticínios reduzidos em gordura são associados com um risco menor desse tipo de câncer”.

Os itens integrais podem ajudar a diluir as substâncias cancerígenas, e quanto aos laticínios, eles possuem cálcio e vitamina D, que têm efeitos benéficos na proliferação e diferenciação de células, de acordo com a especialista. Ela encerrou seu assunto reafirmando a importância de pensar a dieta de uma maneira geral, como uma combinação de alimentos saudáveis e restrição de alimentos maléficos, para diminuir as chances de um aumento no risco de câncer.

fonte: Portal Oncologia Brasil, na íntegra
para ter acesso ao estudo completo, clique AQUI.

Equipe ACS

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