O laboratório nacional Eurofarma tornou-se acionista minoritário da farmacêutica americana Melinta Therapeutics. A companhia investiu US$ 15 milhões na aquisição de 3% da companhia americana, que é especializada em pesquisa e desenvolvimento de antibióticos inovadores. A compra dessa fatia permitirá à farmacêutica nacional ter o direito de comercializar, vender e distribuir no País delafloxacina, um tipo de antibiótico em fase de desenvolvimento clínico indicado para tratamento de infecções graves de pele, afirmou Martha Pena, vice-presidente da companhia.Atualmente, as pesquisas com delafloxacina contemplam dois estudos em fase 3 (estágio avançado), analisando a eficácia e segurança do uso oral e intravenoso da nova substância em comparação ao tratamento atual com vancomicina e aztreonan venosos, em adultos com infecções graves de pele. Segundo a executiva, a Eurofarma começou nos últimos meses a analisar oportunidades de negócios no mercado americano, com o foco em laboratórios voltados para pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores em fase inicial (start ups), com potencial de expansão.
“Entendemos que é importante estar ligado a uma empresa de desenvolvimento radical (medicamento inovador) para poder ter acesso ao que essas empresas podem oferecer mais para frente.”Antes de fechar com a Melinta, a companhia brasileira chegou a olhar a Durata Therapeutics, que foi adquirida pela gigante Actavis. “Essa empresa agora está listada na bolsa americana e seus papéis estão valorizados no mercado”, disse a executiva.
A estratégia da Eurofarma, nos últimos anos, tem se concentrado no processo de internacionalização. Esse movimento começou em 2009, quando a companhia comprou uma pequena operação na Argentina. Atualmente, a empresa está presente também no Uruguai, na Bolívia, no Chile, na Colômbia, no Peru e na Guatemala. “Já temos presença em 15 países. Estamos olhando oportunidades no México e na Venezuela”, disse.
Internacionalização
Com faturamento de R$ 2,65 bilhões em 2014, incluindo as vendas de suas subsidiárias fora do País, aumento de 20% sobre o ano anterior, a empresa não se define mais como uma farmacêutica brasileira. “Somos uma empresa que tem uma presença regional na América Latina”, disse Maria Del Pilar Muñoz, diretora de novos negócios da Eurofarma. Segundo ela, a estratégia na América Latina é diferente da que é feita nos Estados Unidos. “As aquisições na América Latina focam mais em uma plataforma comercial e na expansão geográfica.”
fonte: Agência Estado (matéria na íntegra)