Vacina anti crack e cocaína passa para a fase clínica e já com investimentos previstos
O time de pesquisadores da UFMG avança no desenvolvimento de um imunizante que busca diminuir os efeitos da cocaína e do crack. O estudo já passou pela fase pré-clínica (em camundongos e macacos) e os resultados demonstraram segurança e eficácia suficientes para que fosse dado sinal verde para a fase clínica (teste em humanos)
Para o próximo passo, já estão garantidos 10 milhões de reais pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
A vacina contém moléculas modificadas da própria droga e, nos testes pré-clínicos, induziu o sistema imunológico dos animais a criar anticorpos que se ligaram à droga. Esta ligação “inflou” o tamanho das moléculas, impedindo que passassem pela barreira hematoencefálica.
Uma vez que a droga é impedida de chegar no cérebro, os animais simplesmente não sentiram os efeitos da droga. O resultado esperado é que isto cause desinteresse pela droga por parte do usuário.
Outro efeito do estudo mostra que é possível conter a compulsão pelo uso da cocaína e do crack. O que se traduz em ganho de tempo para que o usuário possa seguir com o tratamento para desmame e abandono do vício. O estudo indica também que a vacina pode proteger bebês de gestantes adictas.
Vacina concorre a prêmio de inovação
Ainda em fase de estudos, a vacina já concorre ao Prêmio Euro Inovação na Saúde, na categoria “Inovação Tecnológica Aplicada à Saúde”. A votação é aberta a médicos especialistas de 17 países da América latina e garante um valor de 500 mil euros, a serem usados na pesquisa.
Podem votar profissionais de medicina com registro ativo na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, México, Colômbia, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Honduras ou República Dominicana. A votação está aberta até o dia 3 de setembro de 2023.
