A inclusão das mulheres deveria ser uma prioridade nas companhias, mas pesquisas mostram que não é bem assim.
Juliana Miranda de Arruda Coelho, 30 anos, assumiu a operação da fábrica da Jeep do Brasil em Pernambuco, a planta da marca considerada a mais moderna do mundo. Engenheira Química, Juliana começou na empresa como Treinee em 2013, foi para a Itália, foi para Sérvia, voltou para Pernanbuco, foi chefe de cabine de pintura, supervisora, gerente. E, depois de quase dois anos em Betim, na Fiat, como Gerente de Manufatura, assume um cargo historicamente ocupado por homens.
Em 2019, uma pesquisa da Bain & Company apontou que apenas 3% dos líderes empresariais brasileiros são mulheres. Um cenário surreal se levarmos em conta que o universo feminino ocupa quase 60% das vagas em faculdades.
Tivemos avanços, mas muito tímidos para o tamanho do desafio
Apesar de a pesquisa mostrar que, em comparação com a edição de 2013, houve um avanço de 10 p.p. neste número, ainda existe um enorme desafio para a inclusão feminina num universo onde a escolha por homens ainda prevalece.
Ainda segundo a pesquisa da Bain, os vieses sexistas são vários, rotulando a mulher e fazendo que sua trilha seja ainda mais desafiadora, principalmente a cargos mais elevados. Rótulos do tipo “são mais emotivas”, ou “muito agressivas” ou ainda “num determinado momento, vão preferir a família à carreira” têm 70% mais chance de acontecer do que com homens. O papel proativo da mulher nesse cenário é não aceitar nem se intimidar com esses rótulos.
Que tenhamos mais Julianas no comando de grandes operações. É responsabilidade das lideranças criar um ambiente inclusivo e que contribua para desfazer os estereótipos. Diferenças entre homens e mulheres jamais devem ser problematizadas. São riquezas da diversidade. Rotinas, usos e costumes organizacionais devem ser adaptados a isso, para que mulheres possam ter acesso natural às mesmas oportunidades que homens.
Fontes: Estado de Minas, Jornal do Comércio de Pernambuco e Linkedin