Um carioca avesso à badalações, focado nos negócios e motivo de orgulho nacional.
Notícias sobre o cenário político-econômico do nosso país não nos dão motivo de muito orgulho. Uma pena. Não temos muitos heróis e temos colecionado um monte de vilões. Por isso, prefiro olhar para um dos caras que certamente se fazem respeitar dentro e fora desse país. Jorge Paulo Lemann. Começou do zero no mercado financeiro na década de 70, foi fundador e dono do Banco Garantia, onde a ousadia nos negócios e a obsessão por resultados e corte de custos os levou a um modelo de negócios vitorioso. Vendeu o banco e, juntamente com os sócios, abriu a GP investimentos, o primeiro fundo Private Equity do Brasil. Compraram as Americanas e são donos da B2W. Fundaram a AMBEV comprando empresas de bebidas decadentes. Não satisfeitos, invadiram a Europa e adquiriram também a cervejaria belga Interbrew, depois fincaram o pé nos EUA comprando a americana Budweiser, o que fez com que a agora renomeada AB Imbev se tornasse a maior cervejaria do mundo. Em 2010, compraram também o Burger King.
Em 2013, adquriram a líder do mercado americano de molhos Heinz (aquele catchup maravilhoso), numa operação conjunta com o magnata empreendedor Warren Buffet. E a mais recente tacada de João Paulo Lemann e seus sócios foi a aquisição e fusão da Kraft Foods (salgadinhos) com a Heinz. Juntas, as duas empresas americanas somam um faturamento de mais de 28 bilhões de dólares.
Cansou de acompanhar a lista de êxitos? Pois é. Dá ou não dá orgulho? O modelo de negócios de Lemann e sócios é buscar resultado financeiro, corte de custos e meritocracia, atributos não muito comuns em empresas brasileiras, normalmente lentas, indisciplinadas e familiares. Em tempos de Eike Batista, admirá-lo é uma forma de fazer justiça a esse discreto brasileiro que pensa em negócios 16 horas por dia. E em bons negócios, diga-se de passagem.
Quando estiver triste com o rumo das coisas no Brasil e como nos veem lá fora, pense em Jorge Paulo Lemann.
fonte: Exame.com